Numa linha diferente do projeto editorial, um filme documental será também produzido como um contributo visual para entender a relação da cidade com estes complexos de produção de papel, agora fantasmas. Enquanto alguns desses complexos procuram ativamente parar o processo de ruinação, outros parecem ter atingido um ponto sem retorno. Com ambas as realidades em mente, em vez de cultivar as estéticas da degradação, este documentário procura apresentar os antigos locais de trabalho e, em alguns casos, exemplos da cultura industrial extinta que ainda carrega reverberações nostálgicas e traumáticas.

Este documentário também pretende estabelecer um diálogo com o documentário Invisible Factories (2017) de Robert Ireland, Petra Köhle, Aurélie Strumans e Nicolas Vermot-Petit-Outhenin, produzido no âmbito do projeto de investigação ART WORK(ers) desenvolvido pela EDHEA/HES-SO, que aborda uma realidade similar, mas localizada na cidade de Ivrea (Itália). Enquanto se aguarda a exibição, vários passos e evidências visuais da sua realização (desde a investigação até às filmagens) serão aqui partilhadas seguindo uma ordem cronológica.